Compositor: Venantius Fortunatus
Avançam os estandartes do rei
Brilha o mistério da cruz,
o criador da carne, pela carne
É suspenso no madeiro.
Tendo as entranhas perfuradas
Estendendo as mãos e os pés,
Por causa da redenção
Imola-se a vítima sacrifical.
Lá no alto foi ferido
Pela lança tão cruel
Para lavar os pecados,
água fluiu e sangue também.
Cumpriu-se o canto de Davi
A profecia fiel,
Que anunciou às nações:
Deus fez da cruz o seu trono.
Ó árvore, honrada e fúlgida,
Ornada de púrpura do Rei,
Eleita por nobre linhagem
Para pousar seus santos membros.
É feliz aquela, de cujos braços
Pendeu o resgate do mundo:
Tendo sopesado este corpo
Arrebatou a presa ao inferno.
Derramas por tua casca um aroma,
Vences pelo sabor e pelo néctar,
Alegre com o fruto fértil
Saúdas com triunfo nobre.
Salve, ó altar, salve ó vítima,
Glória da paixão,
Pela qual a Vida levou à morte
E pela morte devolveu a vida.
Salve, ó Cruz, única esperança,
Neste tempo da Paixão!
Na glória deste triunfo
Aumenta a graça aos que oram,
E apaga os crimes dos sentenciados.
A ti, Trindade, fonte de salvação
Louvem todos os santos:
Aqueles que salvas pelo mistério da cruz
Favorece pelos séculos. Amém.